Categories: Noticias Ambientales
Date: Ago 18, 2020
Title: Fontes solar e eólica atingiram participação de quase 10% na matriz de energia global, aponta estudo
Por Ricardo Casarin
As fontes solar e eólica alcançaram uma participação recorde de 9,8% da geração de energia global durante o primeiro semestre de 2020, aponta levantamento da organização ambiental britânica Ember. A produção das duas renováveis cresceu 14% no período, na comparação com o mesmo exercício de 2019, enquanto a geração de carvão caiu 8,3%. A análise leva em conta dados de 48 países e ressalta que uma evolução maior ainda é necessária para atingir as metas do Acordo de Paris.
Segundo a Ember, o aumento decorre do ganho de participação de mercado das renováveis sobre a geração térmica, cuja demanda global decaiu 3% durante a epidemia de COVID-19. Embora 70% dessa queda possa ser atribuída a uma menor demanda de eletricidade, 30% ocorre pelo crescimento da solar e da eólica.
“Países de todo o mundo estão no mesmo caminho, instalando turbinas eólicas e painéis solares para substituir fontes fósseis na geração elétrica”, assinalou o analista sênior de eletricidade da Ember, Dave Jones. “Mas para haver chances de limitar o aquecimento global, a geração por carvão precisa cair 13% todos os anos da atual década.”
Ele destacou que o fato dessa geração ter reduzido em apenas 8% durante a epidemia mostra quão distante essas metas estão. “Nós temos a solução, está funcionando, mas não está acontecendo na velocidade necessária.”
A Ember aponta que desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015, ambas as fontes mais do que dobraram sua parcela na participação da geração de eletricidade global, subindo de 4,6% para 9,8%. Atualmente, muitos países populosos e economicamente importantes geram cerca de 10% de sua eletricidade por meio de solar e eólica, incluindo China, Estados Unidos, Japão Índia e Brasil.
As matrizes do Reino Unido e da União Europeia tem uma fatia de renováveis ainda maior, com 33% e 21% respectivamente. Dentro do bloco, a Alemanha atingiu 42%. A Rússia é o maior país a apresentar baixa representatividade das fontes renováveis, com apenas 0,2% do total.
Em maio, um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que o mercado global de renováveis terá desempenho inferior em 13% em relação a 2019, mas retomará a trajetória de crescimento em 2021. A entidade projetou que 167 GW de nova capacidade em 2020.