Categories: Noticias Ambientales
      Date: Ago 29, 2014
     Title: Rio de Janeiro: Região foi a que teve melhor qualidade do ar entre 8 monitoradas em 2014

(Reportagem de Márcio Allemand)

Há algo de curioso no ar do Centro da cidade do Rio de Janeiro: o carioca está respirando melhor. O bairro apresentou os melhores índices de qualidade do ar neste ano entre os oito monitorados (Centro, Copacabana, São Cristóvão, Tijuca, Irajá, Bangu, Campo Grande e Pedra de Guaratiba) pelo Programa MonitorAr-Rio, da prefeitura, como revelou o ‘ Informe do DIA ’ nesta quinta-feira.



Os dados da Secretaria municipal de Meio Ambiente apontam ainda que, de 2011 a 2013, os níveis de partículas inaláveis na estação de monitoramento do ar do Centro caíram 16,62% na média anual. De acordo com a secretaria, as mudanças no trânsito de veículos, como a implementação de corredores de ônibus BRS e a diminuição do número de vagas em estacionamentos para veículos particulares podem ter influenciado esses números. Em nota, o órgão afirmou que sempre que ocorre diminuição do fluxo de veículos é gerada uma expectativa de redução da emissão de poluentes atmosféricos.

Ainda assim, o cenário não é tão animador. Segundo o monitoramento, feito entre janeiro e 3 de agosto deste ano, só dois bairros — Centro e São Cristóvão — tiveram mais da metade dos dias com o índice de qualidade do ar considerado bom. No Centro, o ar esteve bom durante 152 dias, ou 70,7% do total, enquanto em São Cristóvão o ar esteve bom por 121 dias, ou 56,3%. Já os bairros de Irajá e Bangu tiveram os piores índices, com ar considerado bom em apenas 68 (31,6%) e 43 (20%) dias , respectivamente.

“Irajá e Bangu são próximos à Avenida Brasil e à Via Dutra, onde há muita emissão de gases veiculares, além de ser uma região entre duas montanhas, o que dificulta ainda mais a dispersão das partículas”, informou Bruno Franca, engenheiro químico e gerente do programa da prefeitura. Ele explica também que houve uma melhora na qualidade dos combustíveis nos últimos anos, o que diminui o nível de emissão de gases.

Influência da estiagem

Muito embora o monitoramento da prefeitura aponte para uma melhora na qualidade do ar no Centro na maior parte dos dias deste ano, a escassez de chuvas acaba contribuindo para uma piora nos níveis de poluição, segundo especialistas. A pesquisadora da Coppe, da UFRJ, Paulina Porto, especialista em poluição veicular, explica que a diminuição do fluxo de veículos ajuda na qualidade do ar do Centro, mas ela lembra que devemos levar em conta as condições meteorológicas.

Mapa da poluição atmosférica (Arte: O Dia)

“Quando chove a atmosfera é lavada. É uma limpeza natural do ar. A cidade do Rio de Janeiro não é homogênea quando consideramos as variáveis meteorológicas e geográficas. E esses fatores influenciam cada região”, diz. Bruno Franca, gerente do Programa de Monitoramento do Ar da prefeitura, também lembra da influencia do clima.

“No Rio, a maior parte das emissões de gases são de veículos, e não podemos esquecer, também, da questão meteorológica. Estamos no inverno, que é uma estação naturalmente seca, e o verão deste ano também foi atípico, com pouca chuva e um calor muito intenso”, afirma o gerente do programa.

O ar em bairros como o Alto da Boa Vista e a Barra da Tijuca, por exemplo, não são monitorados porque existe a ideia de que esses locais, mais isolados, não sofrem com o problema da poluição.

Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-08-28/com-menos-carros-carioca-respira-melhor-no-centro.html