Categories: Noticias Ambientales Date: Out 2, 2017 Title: Florestas tropicais degradadas estão a lançar gases com efeito de estufa para a atmosfera
A degradação das florestas tropicais está a causar uma elevada emissão de carbono para a atmosfera. Os investigadores descobriram que as áreas florestais na América do Sul, África e Ásia, que desempenhavam um papel importante na absorção de gases com efeitos de estufa, estão a libertar aproximadamente 425 teragramas de carbono anualmente. Este número ultrapassa as emissões de carbono do tráfego automóvel norte-americano. “Estes números revelam que não podemos ficar sentados. A floresta não está a fazer o que nós pensávamos que estava a fazer”, disse Alessandro Baccini, um dos líderes da equipa de investigação da Woods Hole Research Center and Boston University. “Como é habitual, as árvores estão a remover os gases com efeitos de estufa da atmosfera, mas o volume de floresta não é suficiente para compensar as emissões”, acrescentou.
De maneira a conseguirem obter informações mais precisas, os cientistas combinaram 12 anos de imagens satélite com estudos feitos no terreno. Descobriram uma perda de carbono em todos os continentes acima referidos. A América do Sul, onde fica a Amazónia, é responsável por quase 60% das emissões de carbono para a atmosfera, 24% provém do continente africano e 16% da Ásia.
Os investigadores realçam que esta descoberta é uma oportunidade e um problema, porque é agora possível identificar as áreas que estão a ser afetadas e restaurar as florestas em questão. “Antes desta descoberta nós sabíamos que a degradação era um problema, mas não sabíamos onde e em que quantidade”, disse Wayne Walker, investigador da equipa responsável por este estudo.
Defender as florestas é a prioridade
A prioridade principal passa por proteger as florestas com alta densidade de carbono. A maneira mais eficaz para fazê-lo, disse Walker, é apoiar os direitos de terreno para o povo indígena. “Aqueles que vivem na floresta podem fazer a diferença”, acrescentou. Muitos governos responsáveis por vastas áreas florestais estão a seguir outro caminho. No Brasil e na Colômbia, por exemplo, a desflorestação acelerou rapidamente no último ano. “Quando olho para os números e para o mapa onde estão a ocorrer estas mudanças fico chocado”, disse Baccini.
Ainda assim, Baccini afirmou que os números devem servir de motor para a mudança. “Temos de ser positivos. Vamos fazer com que as florestas tropicais voltem a absorver as emissões de carbono. Temos de restaurar as áreas degradadas”. “Nós sabemos como devemos proteger as florestas por um preço bastante económico”, acrescentou.