Categories: Noticias Ambientales Date: Abr 27, 2018 Title: Angola paga 180 M Euros para França modernizar instituto de meteorologia
Lusa
O Governo angolano vai gastar 180 milhões de euros na modernização, em quatro anos, do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (Inamet), processo que será conduzido por uma agência francesa, conforme documentação a que a Lusa teve hoje acesso.
Em causa está o programa de modernização do Inamet, aprovado por decreto presidencial de 11 de abril, considerado pelo Governo angolano como essencial ao suporte a vários setores, como a proteção civil, agricultura, ambiente, pescas e petróleos, entre outros.
Será financiado, em duas fases - a primeira das quais avaliada em 60 milhões de euros -, pelo Banco Societé Générale, cabendo ao instituto público Météo Française Internationale (MFI) conduzir o processo e fornecer os equipamentos e o software necessários.
Em concreto, entre outros projetos, o programa de modernização envolve a instalação, em todo o território angolano, de 32 Estações Meteorológicas Automáticas, das quais 16 com observador - e respetiva casa -, e outras 16 sem observador, visando desta forma "melhorar a capacidade de previsão" do Inamet, com "dados fiáveis e em tempo real", conforme define o contrato.
Incluiu a montagem de um sistema de TV, a disponibilizar dados do Inamet diretamente para apresentação diária em três canais de televisão angolana.
Também prevê a monitorização de colheitas de cereais e segurança alimentar, com a instalação de cerca de 10 estações espalhadas pelo país.
O contrato inclui ainda o suporte, por Angola, de todos os custos com deslocação, alojamento e refeições, dos técnicos do MFI, para instalação de equipamentos e implementação do projeto.
O Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola prevê investir este ano mais de nove milhões de euros na modernização do Inamet, de acordo com o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018.
Neste primeiro ano da primeira fase, segundo a proposta orçamental, serão investidos 2.100 milhões de kwanzas (9,3 milhões de euros).
Este processo envolveu a assinatura de um contrato de fornecimento entre a MFI e o Ministério das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação angolano, subdelegado no diretor-geral do Inamet, Domingos José do Nascimento, conforme despacho governamental a que a Lusa teve acesso em julho de 2017.
Assinado pelo ministro das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, o documento refere que o contrato com a MFI envolve ainda obras de construção civil e a prestação de outros serviços no âmbito do contrato para a modernização do Inamet.
A concretização deste contrato resulta de um acordo assinado em Luanda, a 03 de julho de 2015, durante a visita do então Presidente francês à capital angolana, prevendo uma parceria do Inamet com o instituto público Météo Française Internationale e a empresa angolana LTP Energia.
Aquele instituto público angolano chegou a apresentar um Plano de Desenvolvimento Estratégico para o período 2011-2017, avaliado em mais de 116 milhões de dólares (95 milhões de euros), cuja concretização foi dificultada pela crise que afetou Angola a partir de finais de 2014.
Previa então o reforço da capacidade operacional do Inamet, como a reposição e funcionamento adequado de 28 estações convencionais, espalhadas por todas as províncias, a instalação de 572 novas Estações Meteorológicas Automáticas (EMAS) para fins sinópticos (previsão de tempo), climáticos, agrometeorológico e hidrológico.
O plano envolvia ainda a instalação de estações de medição da radiação Ultra Violeta (UV), descargas elétricas atmosféricas e qualidade do ar, e a construção de três centros regionais de previsão do tempo para as áreas norte, centro e sul do país.