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Jul 10, 2018

‘Barganhas políticas’ ameaçam metas para conter o aquecimento global


Se desmatamento avançar, custos para conter emissões de gases-estufa serão multiplicados

por Sérgio Matsuura

09/07/2018 12:26 / Atualizado 09/07/2018 19:38
Nos últimos anos o desmatamento no país vem aumentando, após forte redução entre 2005 e 2012
BRUNO KELLY / REUTERS

RIO — O programa brasileiro de redução do desmatamento já serviu de exemplo para o mundo, mas a crise política instalada em Brasília nos últimos anos coloca os ganhos ambientais em risco e ameaça outros setores da economia nacional, alerta artigo publicado nesta segunda-feira na revista “Nature Climate Change”. Em troca de apoio político, dizem os pesquisadores, o governo está “sinalizando aos donos de terras para aumentarem o desflorestamento”, com a aprovação de medidas que reduzem as exigências para o licenciamento ambiental e suspendem a demarcação de terras indígenas, por exemplo. E para compensar as emissões de gases-estufa provocadas pela perda de cobertura florestal, os custos para o país cumprir acordos internacionais serão multiplicados.

— Combater o desmatamento é a forma mais barata de conter as emissões, sem contar os ganhos ambientais — ressalta André Lucena, professor do Programa de Planejamento Energética da Coppe/UFRJ e coautor do artigo. — O Brasil tem uma meta de redução das emissões de gases-estufa. Se o desmatamento aumentar, outros setores da economia terão que compensar com esforços de redução maiores e mais custosos.

O Brasil, sétimo maior emissor de gases do efeito estufa, conseguiu cortar as emissões em 54% entre 2005 e 2012, sobretudo pela redução em 78% no desmatamento. A aprovação do novo Código Florestal, em 2012, foi o primeiro baque à exitosa política ambiental: o ano seguinte já registrou um aumento na área desmatada. Com a ascensão de Michel Temer, em maio de 2016, “a presidência do Brasil aprofundou esta reversão tentando desconstruir várias políticas ambientais bem-sucedidas”.

Chama atenção, destaca Lucena, o peso da bancada ruralista, que controla cerca de 40% das cadeiras no Congresso, apesar de 80% da população viver em centros urbanos. E com essa força, deputados e senadores ligados ao agronegócio conseguem pressionar por medidas que priorizem a produção, muitas vezes, em detrimento de políticas ambientais.

 

Emissões de gases do efeito estufa, entre 1990 e 2016
Após período de reduções, emissões voltam a crescer; desmatamento é o maior vilão

Energia Agropecuária Mudança no uso da terra e floresta Processos indústriais Resíduos
Fonte: SEEG Brasil

— Os ganhos do desmatamento são concentrados na mão de poucos. Isso não faz bem para o país, não apenas pelo aspecto ambiental, da perda da biodiversidade e das emissões de gases-estufa, mas pelo fardo imposto a outros setores da economia — aponta o pesquisador. — A indústria, o setor de energia, o de transporte... Eles deveriam ser contra a agenda ruralista, porque não ganham nada com isso e terão que arcar pelo aumento do desmatamento.

O artigo “A ameaça de barganha política para a mitigação climática no Brasil”, assinado por pesquisadores da Coppe/UFRJ, UFMG e UNB, afirma que “para evitar responder a acusações de corrupção, o presidente propôs projetos legislativos e assinou medidas provisórias e decretos que reduzirem as exigências para o licenciamento ambiental, suspendeu a ratificação de terras indígenas, reduzir o tamanho das áreas protegidas na Amazônia e facilitou que grileiros obtenham títulos de terras ilegalmente desmatadas na floresta tropical”.

“A análise da governança ambiental no Brasil ajuda a explicar como uma crise política pode impulsionar o aumento do desmatamento e as emissões de carbono no país”, dizem os pesquisadores. “O controle do desmatamento é resultado de forças advindas de arranjos institucionais, como o cumprimento da lei e o envio de sinais que, direta ou indiretamente, incentivam os agentes econômicos a decidir se devem ou não desmatar ilegalmente”.

O desmatamento é responsável pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa no Brasil
BRUNO KELLY / REUTERS

Cenários de governança

Com isso em mente, foram traçados três cenários de governança: forte, baixa e intermediária. Com a governança forte, equivalente à aplicada entre 2005 e 2012, o governo é capaz de reduzir o desmatamento e, consequentemente, as emissões de gases-estufa. Na governança intermediária, vista no período atual, com manutenção das políticas de controle, mas sinais claros de apoio ao desmatamento, o desmatamento continua aumentando, mas num ritmo não acelerado. No cenário de governança baixa, pré-2005, o desmatamento cresce de maneira descontrolada.

— No cenário mais otimista, a gente não teria dificuldade para cumprir a nossa parte para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius, conforme o Acordo de Paris. No cenário intermediário, que a gente considera o mais provável, o desmatamento gasta praticamente todo o orçamento de carbono e outros setores teriam que compensar, com custos mais altos — explica Roberto Schaeffer, professor da Coppe/UFRJ e um dos autores do artigo. — No cenário de governança fraca, só o desmatamento gastaria todo o orçamento de carbono do Brasil, e outros países teriam que agir para compensar as nossas emissões.

 

Desmatamento estimado seguindo diferentescenários de governança

Retomada do desmatamento pode tornar inviável contribuição brasileira paracumprimento do Acordo de Paris

Histórico WEG IEG SEG

Fonte: Natura Climate Change

O cenário de governança fraca estima para 2025 perdas anuais de 27 mil km² e 18 mil km² de matas na Amazônia e no Cerrado, respectivamente, com emissões de gases-estufa escalando para 23,1 gigatoneladas de CO2 acumuladas entre 2010 para 2030. No cenário de governança intermediária, o desmatamento estimado em 2030 alcança 17 mil km² e 15 mil km² na Amazônia e no Cerrado, respectivamente, com emissões acumuladas de 16,3 gigatoneladas de CO2 entre 2010 e 2030. Neste cenário, sobraria para todos os outros setores econômicos apenas 7,7 gigatoneladas de CO2 do orçamento para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius.

Os modelos estimam que os custos para a redução das emissões de gases-estufa praticamente dobram no cenário de governança intermediária, em relação à governança forte. Na governança fraca, os custos seriam três vezes maiores. E os cenários de governança fraca e intermediária contam com tecnologias que ainda não estão maduras para a aplicação comercial, como sistemas de sequestro e armazenamento de carbono, enquanto na governança forte basta a aplicação da lei.

— Por causa de uma política do século XIX, o governo obriga setores da economia a investirem em tecnologias do século XXI — critica Schaeffer.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que as decisões tomadas pelo governo Temer foram decisivas para reduzir o desmatamento dos principais biomas do país e dobrar as áreas de proteção ambiental. "Como resultado, o Brasil foi o país que obteve maior redução de emissões de gases de efeito estufa desde 2004".

Ainda de acordo com a pasta, o desmatamento da Amazônia caiu 75% em 2017 em relação a 2004. No Cerrado, a queda no ano passado foi de 43% em relação a 2015. Na Mata Atlântica, a redução foi de 57% entre 2016 e 2017.

O Cadastro Ambiental Rural, por sua vez, conta com mais de 5,1 milhões de propriedades rurais cadastradas, cuja área total — mais de 420 milhões de hectares — é maior do que todo o território da União Europeia.

 

Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/meio-ambiente/barganhas-politicas-ameacam-metas-para-conter-aquecimento-global-22867521



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