Se numa cidade como Birmingham se fala em sete meses perdidos, nalgumas cidades asiáticas a estimativa chega aos vinte

LUÍS M. FARIA

A poluição atmosférica roubará até sete meses de vida às crianças de Birmingham (Reino Unido) que atualmente têm oito anos. Assim conclui um estudo realizado por uma equipa do King's College, uma das mais importantes universidades londrinas.

O estudo examinou o "fardo de mortalidade" causado pela poluição atmosférica - em especial as partículas em suspensão e o dióxido de azoto - nas principais cidades do país. Birmingham foi a que obteve resultados mais negativos.

Sabendo-se que a poluição tem efeitos potenciais a muitos níveis, desde os problemas respiratórios até às dificuldades na gravidez e a demência, procurou-se também estimar as repercussões económicas do mesmo. Só em Birmingham, eles andarão entre 190 e 470 milhões de libras (211,8 e 523,8 milhões de euros).

"Este relatório deve ser um alerta para políticos não apenas em Birmingham mas pelo país fora. Precisamos de combater este assassino invisível, que está a cortar as vidas de crianças e a provocar miséria na saúde de milhares de adultos", diz Holly Billington, da rede UK100, que encomendou o estudo.

Em Londres, a capital, há muito que existe, como noutras cidades europeias (por exemplo, Lisboa, ou Madrid, onde um juiz acaba de a restaurar, revogando uma decisão do novo executivo camarário) uma zona de "emissões baixas", onde veículos que as produzem além de um certo nível ou não são autorizados ou têm de pagar uma taxa ou uma multa.

Em termos gerais, a questão tem especial gravidade nos países em desenvolvimento, em especial na Ásia, onde os níveis das particulas conhecidas como PM2.5 podem ser cinco vezes superiores aos dos países ricos. Aí o encurtamento da esperança de vida das crianças pode chegar aos 20 meses, segundo revelou um estudo publicado em abril.

Fonte: https://expresso.pt/internacional/2019-07-08-Poluicao-no-ar-rouba-esperanca-de-vida-as-criancas

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