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Segundo pesquisadores da USP, o uso de biodiesel de soja em substituição ao diesel mineral reduz entre 65% a 72% a emissão de gases
O uso de biodiesel de soja em substituição ao diesel mineral é uma contribuição importante para evitar o aquecimento do planeta. Essa é a constatação do estudo “Assessing the greenhouse gas emissions of Brazilian soybean biodiesel production”, divulgado na segunda-feira (22/05) pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
De acordo com os autores, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), os resultados obtidos contribuem para a identificação das principais fontes de Gases de Efeito Estufa (GEE) no sistema de produção de biodiesel de soja brasileiro e podem ser utilizados para orientar políticas públicas, além de auxiliar nas tomadas de decisão em relação às estratégias de mitigação do aquecimento global.
Segundo a Abiove, a pesquisa avaliou positivamente as emissões de GEE da produção de biodiesel de soja no Brasil, desde a produção agrícola da matéria-prima até o transporte do biocombustível para rotas nacionais e para a Europa. O estudo, que utilizou dados de mais de 200 propriedades de soja associadas à Aprosoja-MT e de indústrias afiliadas à Abiove, como parte de uma demanda dessas entidades e da Ubrabio, incluiu diversas fontes de emissão ao longo do ciclo de produção do biodiesel.
Na pesquisa, houve destaque para as emissões de GEE da produção da soja (insumos e defensivos agrícolas, queima de combustíveis fósseis, restos culturais sobre o solo e uso de energia elétrica), do processamento da soja e da produção do biodiesel (insumos industriais, queima de combustíveis fósseis e uso de energia elétrica) e do transporte envolvido em cada etapa (queima de combustíveis fósseis).
A avaliação indicou que as emissões da etapa agrícola são as mais representativas (42-51%) de todo o ciclo, quando o processamento da soja e a produção do biodiesel ocorrem na mesma unidade industrial (sistema integrado). Quando a produção industrial ocorre em unidades separadas de produção de óleo e de biodiesel, a maior emissão de GEE está na etapa de produção do biodiesel (46-52%).
As emissões de GEE do ciclo de vida do biodiesel distribuído em rotas domésticas variaram de 23,1 a 28,8 gCO2eq. MJ-1 B100. Já para o biocombustível exportado para a União Europeia, as emissões variaram 26,5 a 29,2 gCO2eq. MJ-1 B100. Os resultados representam reduções de 65% a 72% nas emissões de GEE em relação às emissões do diesel europeu, dependendo da rota de entrega do biodiesel.
De acordo com o pesquisador Carlos Eduardo Cerri, autor principal da publicação, “em cumprimento não apenas ao Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), que estabelece o uso do B8 (março de 2017), do B9 (março de 2018) e do B10 (março de 2019), mas também em relação à INDC (Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada) do Brasil, apresentada em 2015 durante a Convenção do Clima da ONU/ COP 21, em Paris, o estudo sugere um alto potencial do biodiesel de soja em melhorar a sustentabilidade ambiental do sistema de economia de base biológica no Brasil, bem como em outros países importadores do biodiesel de soja nacional”.
Fonte: http://sfagro.uol.com.br/uso-biodiesel-de-soja-pode-reduzir-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa/
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